"Maria (abrindo a mão e deixando-as cair no regaço da mãe) - Murchou tudo... tudo estragado da calma... Estas são papoulas que fazem dormir; colhi-as para as meter debaixo do meu cabeçal esta noite; quero-a dormir de um sono, não quero sonhar, que me faz ver cousas... lindas às vezes, mas tão extraordinárias e confusas...
Madalena - Sonhar, sonhas tu acordada, filha! Que, olha, Maria, imaginar é sonhar, e Deus pôs-nos neste mundo para velar e trabalhar, com o pensamento sempre n'ele, sim, mas sem nos estranharmos a estas cousas da vida que nos cercam, a estas necessidades que nos impõe o estado, a condição em que nascemos. Vês tu, Maria, tu és a nossa única filha, todas as esperanças de teu pai são em ti (...)"
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