Biografia
Almada Negreiros nasceu em São Tomé e Principie a 7 de Abril de 1893.
Foi um dos fundadores da revista Orpheu em 1915, onde conviveu com Fernando Pessoa.
O pai de Almada inscreveu-o no Colégio de Campolide, onde estudou de 1900 a 1910.
Em 1911 passou ainda pelo liceu de Coimbra e só em 1912 ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, em Lisboa. Vai distinguir-se, essencialmente, pela caricatura.
Em 1919, insatisfeito com os seus estudos em Portugal, foi para Paris estudar pintura e onde apreende novidades plásticas e literárias. Viveu em Espanha entre 1927 e 1932.
Além da Literatura e da Pintura a óleo, Almada desenvolveu ainda composições coreográficas para ballet.
Ele trabalhou em tapeçaria, gravura, pintura mural, caricatura, mosaico, azulejo e vitral.
As suas obras mais conhecidas são: Saltimbancos, K4 O Quadrado Azul, A Engomadeira, A Invenção do Dia Claro e Nome de Guerra. Escreveu ainda textos doutrinários, peças de teatro e organizou conferências.
Almada Negreiros, morreu em 14 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.
Características da sua Arte
Almada Negreiros tinha duas orientações de busca e criação, que foram a beleza e a sabedoria. Para ele a beleza não podia ser ignorante e idiota, assim como a beleza não podia ser feia e triste.
Ele foi praticante de uma arte elaborada que prevêem de uma aprendizagem que não acaba nas escolas de arte. Almada teve como tema principal o número, a geometria e os seus significados.
Ele revela-se um neopitagórico, sendo este o seu lado a fonte mais profunda da sua inspiração e criatividade.
Pintura
A pintura de Almada Negreiros é hoje unanimemente reconhecida como o verdadeiro símbolo da arte moderna portuguesa. O génio e a obra de Almada foram fruto de uma evolução influenciada quer pelos movimentos contemporâneos quer pelo contacto com a arte e sabedoria ancestrais.
Almada Negreiros pintou variadas obras em óleo sobre tela, mas os mais famosos são sem dúvida, os que se encontram na Colecção Permanente do Centro de Arte Moderna e na Fundação Calouste Gulbenkian.
(http://www.eccn.edu.pt/alunos/joanaq_elisa/almada_negreiros.htm)
A Flor
Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se
-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro
canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de
linhas. Umas numa direcção , outras noutras;
umas mais carregadas, outras mais leves; umas
mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis
tanta força em certas linhas que o papel quase que
não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do
lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às
pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com
as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da
criança, da cabeça para o coração e do coração
para a cabeça, à procura das linhas com que se faz
uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas
linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos
seus lugares, mas são aquelas as linhas com que
Deus faz uma flor!
Almada Negreiros
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