Uma associação cultural está a oferecer livros a cafés e pastelarias do distrito de Bragança com o objectivo de promover o gosto pelos livros e os hábitos de leitura. A ideia é simples: se as pessoas não vão às bibliotecas procurar livros, estes vão ter com elas.
A iniciativa,designada "Pausa para a leitura", é o convite quotidiano que a associação Potrica - Grupo de Acção Cultural do Nordeste Transmontano vai fazer nas próximas semanas nos estabelecimentos comerciais de Bragança e Mirandela, depois de o ter feito em Macedo de Cavaleiros e Torre de Moncorvo. Desta forma deixa de haver desculpas para não ler, porque os livros estão memo ali ao lado da chávena do café ou do bolo mais gostoso.
Luís Pereira, dirigente da Potrica, explicou durante a entrega de uma remessa de livros na pastelaria "Soromenho", em Moncorvo, que o objectivo é contribuir para o gosto pela leitura. "Achamos que esta seria uma forma popular de o fazer. Como os livros estarão nas mesas, é fácil que lhes toquem, os folheiem, os cheirem e por fim os leiam", referiu.
Luís Pereira e Celina Martins, daquela associação, fazem esta tarefa por gosto e carolice, dedicando-lhe uma parte do seu tempo de forma voluntária e gratuita. Andam de terra em terra a colocar livros nas mesas dos cafés. Gestos que despertam a curiosidade dos clientes. Foi com a mesma boa vontade que a Potrica lançou no centenário de Miguel Torga a iniciativa "Pão, Torga e Poesia", imprimindo mais de um milhão de poemas do escritor nos sacos de uma pastelaria de Macedo de Cavaleiros.
Telmo Santos, proprietário da "Soromenho", recebeu-os de braços abertos. "Queremos que este estabelecimento não seja só um café, mas também um espaço de integração social e cultural. As pessoas copiam os modelos das cidades e os locais de convívio também se estão a perder", justificou.
O empresário acredita que "as pessoas ao serem confrontadas com esta oportunidade, vão acabar por aderir", acrescentou.
Simultaneamente, a Potrica faz a divulgação de autores transmontanos, uma vez que privilegia a entrega de livros destes escritores. "Muitos não são conhecidos, desta forma é mais fácil que passem a sê-lo. É um facto que os livros são caros e que nem todos os podem comprar", realçou Celina Martins, que lança um repto para que todos os que se deparem com a iniciativa peguem nos livros. "Para ler ou sublinhar uma frase, que tenham interesse pela sua descoberta", aconselhou.
Os promotores do projecto gostavam de o levar aos 12 concelhos do distrito de Bragança, mas para já estão condicionados à quantidade de livros de que dispõem, que ainda não chegam para cobrir toda a região. Pediram a colaboração de editoras, mas apenas responderam três.
Sem comentários:
Enviar um comentário